O QUE SÃO ANJOS?

No dia 29 de setembro, a Igreja celebra a Festa dos Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael. Neste dia, vale recordar um pouco sobre estas presenças tão necessárias. Sobre os anjos, o Catecismo da Igreja Católica esclarece que eles “são seres espirituais, não-corporais, portanto, imortais, dotados de inteligência e de vontade que superam em perfeição todas as criaturas visíveis”.

Acerca de seu encargo, São Gregório Magno esclareceu que “é preciso saber que a palavra anjo indica o ofício, não a natureza”, e por isso a Fé da Igreja ensina que eles “estão desde a criação e ao longo de toda a História da Salvação, servindo ao desígnio divino de sua realização”.

Diante de tantas missões, com base na interpretação dos santos padres, a Igreja afirma que existem três hierarquias de anjos. A primeira é composta dos Serafins, Querubins e Tronos, a segunda hierarquia conta com as Dominações, Virtudes e Potestades, e na terceira hierarquia estão os Principados, Arcanjos e Anjos. 

No que tange ao Arcanjos, a Igreja ensina que eles são os mensageiros de anúncios importantes, e convém ressaltar que apesar dos dados bíblicos informarem que existem sete arcanjos (Confira Tobias 12,15; e Apocalipse 8,2), a Bíblia somente menciona o nome de três Arcanjos: Miguel, Rafael e Gabriel. Demais nomes só aparecem em livros apócrifos e não são reconhecidos pela Igreja. 

Nos nomes destes Arcanjos contemplamos sua identidade e missão, por exemplo, São Gabriel significa “a força de Deus”, São Rafael “Deus cura”, e por último, São Miguel Arcanjo significa “Quem como Deus?”. Uma “pergunta e afirmação” que nos leva a professar: ninguém como Deus!

Neste dia, unidos em oração, clamemos a intercessão dos Santos Arcanjos: “Ó Deus, que organizais de modo admirável o serviço dos Anjos e dos homens, fazei que sejamos protegidos na terra por aqueles que vos servem no céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.

Qual a diferença entre os Anjos e os Arcanjos?

Conforme nos ensina a Sagrada Escritura, os anjos desempenham um papel indispensável na história da salvação, pois devido ao ofício que desempenham manifestam a vontade de Deus aos homens, o que traduz bem a palavra “anjo” que significa mensageiro. Ou seja, “anjo” indica o ofício, não a natureza. Portanto, da atuação dos anjos, os relatos bíblicos, citam a intervenção deles ao não permitir o mal, ao informar a vontade de Deus, bem como no discernimento dela, ao anunciar nascimentos e vocações importantes, dentre outras ações. 

Os anjos são amigos que estão conosco em nossos combates do dia a dia e nos ajudam, independente da circunstância onde estejamos, pois segundo o Catecismo da Igreja Católica (§330), por serem criaturas pessoais, dotadas de inteligência e vontade; imortais, puramente espirituais, os anjos superam em perfeição as criaturas visíveis. 

Para bem desempenharem estas missões junto à humanidade, os anjos foram distintos em uma hierarquia, dividida em 9 coros. Sobre esta classificação, podemos conferir nos seguintes registros bíblicos: os Serafins (cf. Is 6), Querubins (cf. Gn 3,24; Ex 25,22; Ez 10,1-20), Tronos, Dominações, Potestades e Principados (cf. Cl 1,16), Virtudes (cf. Ef 1,21), Arcanjos (cf. 1 Ts 4,15-16; Judas 9) e os anjos que cuidam dos indivíduos (cf. Tb 5; Sl 90,11; Dn 3,49s; Mt 18,10).

Assim sendo, Arcanjo é uma das designações angélicas. Segundo Santo Tomás de Aquino “denominam-se Arcanjos os que são como príncipes dos anjos”, e sobre sua função acrescentou o Papa São Gregório Magno, “são os que levam as maiores notícias”. Representam aqueles que atendem ao trono de Deus e são os “mensageiros dos decretos divinos” aqui na terra. A respeito dos seus nomes são reconhecidos pela Igreja apenas os que são mencionados nas Sagradas Escrituras: Miguel, Rafael e Gabriel.