IMAGENS, SANTOS E IDOLATRIA

•          Idolatria: é o ato de adorar o falso deus. Ou seja, é considerar o falso deus como criador e senhor do universo. É o pior e mais grave pecado que se possa fazer.

     Materialmente as ações são idênticas, formalmente são opostas.

 Por que no Aurélio o significado é outro? Adorar, Venerar, Idolatrar, Amar, extremamente são sinônimos, mas não há sinônimo que seja absolutamente equivalente.

·  As imagens na Sagrada Escritura:

1º) Deus proíbe imagens

•          Há passagens que condenam a confecção de imagens: Lv 26,1; Dt 7,25; Sl 97,7; e por exemplo, Ex 20, 1 -5 :

"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo da terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque Eu, o Senhor teu Deus, sou zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira geração daqueles que me aborrecem." (Ex 20,4-5)

2º) Deus manda fazer imagens

•          Mas também há outras passagens que defendem sua confecção como: Ex 25, 18-19.37,7- 9; 41,18; Nm 21,8-9; 1Rs 6,23-29.32; 7,26-29.36; 8,7; 1Cr 28,18-19; 2Cr 3,7,10-14; 5,8; 1Sm 4,4 e etc. Como por exemplo em Ex 25,17-22:

"Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório. Farás um querubim na extremidade de uma parte, e outro querubim na extremidade de outra parte; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele." (Ex 25).

É preciso entender que:

•          Os cristãos, desde os primeiros séculos, entenderam, sob a luz do Espírito Santo, que Deus nunca proibiu fazer imagens, e sim "ídolos", deuses, para adorar. O povo de Deus vivia na terra de Canaã, cercado de povos pagãos que adoravam ídolos em forma de imagens (Baals, Moloc, etc). Era isso que Deus proibia terminantemente. A prova de que Deus nunca proíbiu imagens, é que Ele próprio ordenou a Moisés que fabricasse imagens de dois Querubins e que também pintasse as suas imagens nas cortinas do Tabernáculo. Os querubins foram colocados sobre a Arca da Aliança.

•          Vejamos: Moisés e o Povo Hebreu

            Êxodo Capítulo 1 – Sofrimento do Povo com o novo rei e os duros trabalhos, a escravidão;

                  Ex. 2 – Nascimento de Moisés

                  Ex. 3 – Missão de Moisés: Libertar o povo da escravidão;

    Ex. 4 em diante – Fala ao Faraó, Pragas como castigo de não aceitação do faraó pela libertação do povo, Celebração da Páscoa;

                  Ex. 13 – Libertação e saída do Egito.

     Ex. 13, 17 - “... Deus então não o fez ir pelo caminho do país dos filisteus, apesar de ser mais perto, porque Deus achara que diante dos combates o povo poderia se arrepender e voltar para o Egito.” – Veja que Deus conhecia bem o povo.

      Ex. 14, 15, 16... O milagre do mar, a vitória, o maná, a água na rocha.. – Deus cuida do povo em tudo que precisa;

                  Ex. 19 – Aliança no Sinai e ensino ao povo com o Decálogo.

                  Ex. 21, 22, 23...São outras prescrições para o povo.

      Ex. 24 – Moisés sobe a montanha e fica por 40 dias e 40 noites para receber as tabuas da lei.

  Ex. 25 – Deus pede para fazer a arca para guardar as tábuas e pede que faça dois querubins em cima da arca. Capítulos 26 em Moisés continua na montanha.

                     Ex. 32 – Fizeram um bezerro de ouro pois para eles Moisés tardava e resolveram ter um outro Deus.

                  Moisés fica furioso e castiga o povo.

                  Nm. 21 – O povo se revolta com Moisés. Reclama do Maná e de tudo.

      Nm. 21 – Deus castiga o povo com serpentes venenosas. Moisés intercede ao povo e Deus manda fazer um serpente para contemplarem e não serem mortos pelas picadas.

                     Se a ordem de Deus em Ex 20, 4 fosse absoluta, sem exceções, Moisés seria, "como os católicos", idólatra? Mas não é esse o caso. Essa imagem também não era feita para adoração, mas era tida pelos hebreus com o maior respeito (veneração), por ser algo sagrado, mandado por Deus, pois quem olhasse para ela seria salvo. Entendemos que não era fácil conduzir o povo por tantos anos, assim como nós se esqueciam facilmente dos milagres e graças que Deus nos concede, e para continuar Deus tinha que tomar atitudes para corrigir.

•          De onde vem a perseguição?

Século VII ou VIII – Iconoclasmo: A idéia da impossibilidade de representar Deus em forma humana adquiriu força no século VIII, quando as tendências iconoclastas iniciaram uma luta sangrenta que durou cerca de 100 anos. Sustentavam que representar o Cristo significava apresentar somente sua natureza humana, uma vez que a natureza divina é indescritível. Após 1517 as perseguições retomaram com a Reforma Protestante.

•          As imagens na história da Igreja

                  Afresco da catacumba de Santa Priscila: Século III - É a mais antiga imagem da Santíssima Virgem, uma das mais antigas da arte cristã, sobre o mistério da Encarnação do Verbo. Mostra a imagem de um homem que aponta para uma estrela situada acima da Virgem Maria com o Menino nos braços. (Esta imagem encontra-se em uma das páginas do CIC)

                As imagens sempre estiveram presentes na Igreja, especialmente para expressar o que

muitas palavras não conseguiam expressar. E como dizi São João Damasceno: "O que a Bíblia é para os que sabem ler, a imagem o é para os iletrados". Assim elas foram e continuam sendo de grande importância para os católicos, e elas continuam falando para nós seja através das esculturas seja através das imagens e belíssimos vitrais nas grandes e famosas catedrais de séculos e séculos.

              A respeito das imagens o fundador do Protestantismo diz: "Tenho como algo deixado à livre escolha as imagens, os sinos, as vestes litúrgicas ... e coisas semelhantes. Quem não os quer, deixe-os de lado, embora as imagens inspiradas pela Escritura e por histórias edificantes me pareçam muito úteis... Nada tenho em comum com os Iconoclastas" (Da Ceia de Cristo – Lutero).

•         Os santos

Os santos são obras primas de Cristo! “A santidade não é ausência de pecado, é excesso de Graça”. Os santos sem a Graça de Deus nada seriam. Contudo, foi dado a todos nós o livre- arbítrio; cabe a cada um colaborar com a Graça de Deus. Assim a SANTIDADE É PORTANTO, FRUTO DO AMOR QUE SUPÕE A LIBERDADE. É A ESTREITA UNIÃO DO HOMEM COM DEUS. Deus é Santo por natureza, os homens são Santos na medida que se aproximam dele.

Na Sagrada Escritura encontramos estes belíssimos versículos de Eclesiástico 44, 14 e 15: “Seus corpos foram sepultados em paz, seu nome vive de século em século.Proclamem os povos sua sabedoria, e cante a assembléia os seus louvores!” No versículo 1 deste capítulo lemos:

“Façamos o elogio dos homens ilustres, que são nossos antepassados, em sua linhagem.”

Beatificação: É permitido que seja prestado culto público a um servo de Deus em certa região ou certa família religiosa.

Canonização: Reconhecimento por parte da Igreja de que uma pessoa está no céu. É autorizado a veneração pública desse servo de Deus, inserindo-os no cânon (Catálogo dos Santos). O CIC 828 diz que é proclamado solenemente que o fiel praticou heroicamente as virtudes e viveu na fidelidade à Graça de Deus.

Processo de Canonização: O termo “canonizar ou canonização” vem de cânon. Cânon significa “regra geral de onde se inferem regras especiais”; relação, catálogo, tabela; padrão modelo, norma, regra. Canonizar significa “inscrever no cânon ou rol dos santos.

          Os cultos

                 Culto de Latria (Adoração) – A Deus (Pai, Filho e Espírito Santo)

                 Culto de Dulia (Veneração, honrar) – Aos Anjos, Santos

                Culto de Hiperdulia (Acima de veneração) – À Nossa Senhora. Sem atingir o culto de adoração.

Os cultos dos santos tem ao menos três sentidos profundos:

1)   Dá Glória a Deus, de quem os Santos são Obras Primas de sua Graça; são santos pela Graça de Deus.

2)   Suplicam a eles a sua intercessão por nós e para Igreja.

3)   Mostram-nos os Santos como modelos de vida a serem imitados uma vez que amaram e serviram a Deus perfeitamente.

          Intercessão

No céu, os Santos sabem através da comunhão com Deus, de nossas condições aqui na terra. CIC 956 – Intercessão.

CIC 2683 – devemos pedir a intercessão. Eles prestam este serviço a Deus.

Os santos têm influência junto de Deus; e essa influência está à nossa disposição. E torna-se efetiva por meio da oração. Quem não crê nisso que a Igreja ensina, deixa de receber muitas Graças.

Alguns perguntam: mas os mortos não estão todos dormindo, aguardando a ressurreição? Não. Jesus contou o caso do pobre Lázaro, o qual já estava no seio de Abraão, vivo e salvo, e o rico que sofria as penas eternas. A alma não dorme. No livro de Macabeus (2Mac 15, 11-15) temos a narrativa de Judas Macabeus, que teve a visão do sacerdote Onias, já falecido, orando pelo povo judeu.

Rogando aos santos não os olhamos nem os consideramos senão nossos intercessores para com Jesus Cristo, que é o único Medianeiro (cf. 1Tm 2,4) que nos remiu com Seu Sangue e por quem podemos alcançar a salvação. A mediação e intercessão dos santos não substituem a única e essencial mediação de Cristo, o único Sacerdote, mas é uma mediação “por meio de” Cristo, não paralela nem substitutiva. Sem a mediação única de Cristo nenhuma outra tem poder.

Veneração no Antigo Testamento

•          “Abraão levantou os olhos e viu três homens de pé diante dele. Levantou-se no mesmo instante da entrada de sua tenda, veio-lhes ao encontro e prostrou-se por terra.” Gn 18,2

•          “Moisés saiu ao encontro de seu sogro, prostrou-se e beijou-o. Informaram-se mutuamente sobre sua saúde e entraram na tenda.” Ex 18,7

•          “Josué rasgou suas vestes e prostrou-se com a face por terra até a tarde diante da arca do Senhor, tanto ele como os anciãos de Israel, e cobriram de pó suas cabeças.” Josué 7,6