MARIOLOGIA

“Maria é na cristandade inteira o mais nobre tesouro depois de Cristo, e que nunca poderemos exaltar o suficiente a mais nobre imperatriz e rainha,exaltada e bendita acima de toda nobreza,com sabedoria e santidade”.(Martinho Lutero)

Objetivos de se estudar Mariologia

1.    Intelectual: Compreender corretamente o lugar e a missão de Maria na historia da salvação;

2.    Espiritual: Crescer em amor e em piedade para com a Mãe do Senhor;

3.    Moral: Ser levado a imitá-la como exemplo de vida, especialmente de e amor;

4.    Cultural: Poder celebrá-la de modo adequado na liturgia e nas práticas da devoção popular;

5.    Pastoral: Ser capaz de comunicar o sentido de Maria ao povo de Deus e à sociedade de hoje.

 

Maria, a primeira das criaturas  (Cl 1, 15-20)

15. Ele é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda a criação.16.Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por ele e para ele.17.Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem nele.18.Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o Princípio, o primogênito dentre os mortos e por isso tem o primeiro lugar em todas as coisas.19.Porque aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude20.e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus.

O pai nos criou por causa do seu Filho. Para o seu filho! Eu e você, fomos criados pelo pai como presente para Jesus. Desde toda eternidade, o Pai já tinha este projeto: que o seu filho viesse feito homem para ser o primogênito, no meio de uma multidão de irmãos. Para ser o senhor.

Esse é o plano do Pai: para que seu filho se fizesse homem, o Pai necessitava de uma pessoa que lhe desse carne. O Pai poderia criar a carne de seu Filho, mas não quis. O Pai quis que, como toda criatura humana, ele tivesse uma mãe: fosse concebido, gerado, dado à luz. (Cf cat. 488)

Jesus não é criatura: Ele é o Filho de Deus. A primeira criatura pensada pelo pai foi a mãe para seu filho. A “Bendita entre todas as mulheres”.(Lc 1,42)

Desde o momento em que Deus concebeu que seu filho viesse e se fizesse homem, o Primogênito de uma multidão de irmãos, Ele já quis que seu Filho tivesse uma mãe.

 

A TENTAÇÃO E O CONFRONTO: Na forma de serpente, ele se põe a dizer (Gn 3, 1-5):

A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado. Ela disse a mulher: É verdade que Deus vos proibiu comer do fruto de toda árvore do jardim?” 2.A mulher respondeu-lhe: Podemos comer do fruto das árvores do jardim.3.Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Vós não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais.”4.“Oh, não!

– tornou a serpente – vós não morrereis!5.Mas Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.”

 

  A serpente queria atrapalhar o plano de Deus, pois sabia que Deus somente habita em templo Santo: “Ouvi a voz de minha súplica quando clamo, quando levanto as mãos para o vosso templo santo”. (Sl 27, 2)


  Por isso o grande ódio dele é contra a mulher.

Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais e feras dos campos; andarás de rastos sobre o teu ventre e comerás o pó todos os dias de tua vida. 15.Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar. (Gn 3, 14-15)

  O inimigo tem ódio de Maria. Ele não quer que ela seja reconhecida. Procurou, então, entre os cristãos quem a contestasse. O ódio que tinha contra a Mulher, ele o quis injetar como veneno entre os próprios cristão. Esta é maneira típica de o inimigo agir: ele se esconde atrás de pessoas que acabam sendo seu instrumento. E assim como o próprio Pedro caiu na tentação e negou Jesus, nossos irmãos protestantes caíram na tentação. O inimigo colocou no coração deles uma aversão contra Maria. E esta aversão os levou a negar a Mãe do Senhor.

 

A Mulher na Bíblia

“Porei ódio entre ti e a Mulher”. Este termo Mulher vai ser repetido por mais três vezes na Bíblia. 1ª) “Que queres de mim, mulher? Minha hora ainda não chegou!(João 2,4)

2ª) “Mulher, eis ai teu filho! Filho eis ai tua Mãe!(João 19,27) Será que Jesus, seria capaz de desonrar sua própria mãe. Negando assim o 4° mandamento? Até na hora da sua morte?

3ª) Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. (Ap 12,1)

  Eis que conceberás e darás a luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus”.(Lc 1,31)

  Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. 2.Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz. (Ap 12, 1-2)

“Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos” (Mt 2, 16)

  “Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho”.(Ap 12, 4 )

  “Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai davi; e reinará eternamente na casa de Jacó”(Lc 1,32)

  “Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono.”(Ap 12, 5)

 

Somos a Descendência da Mulher

Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar.” (Gn 3,15)

Este, então, se irritou contra a Mulher e foi fazer guerra ao resto de sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus (Ap 12,17)

estamos cumprindo a palavra de Deus: “Por isto, desde agora me proclamarão bem-aventurada todas as gerações” (Lc 1,48)

 

Maria, cheia de graça

  “Entrando, o anjo disse-lhe: “Ave, cheia de graça, o senhor é contigo.”(Lc 1, 28) A ninguém as escrituras chamam “cheia de graça”, só a Maria

  “O anjo disse-lhe: Não temas, pois encontraste graça diante de Deus” (Lc 1,30)

  “Por isto, desde agora me proclamarão bem-aventurada todas as gerações” (Lc 1,48)

  “... Porque o todo-poderoso fez por mim grandes coisas: santo é o seu nome”(Lc 1,49)


  O anjo disse a Zacarias quando lhe anunciou o nascimento de João Batista: “Estará cheio do Espírito Santo desde o seio de sua mãe..”(Lc1,15b)

  Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou no seio dela e ficou cheia do Espírito Santo. Então exclamou em voz alta: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu seio! De onde me vem a felicidade de que a mãe do meu senhor me venha me visitar? (Lc 1,41-43)

 

A escolhida x Homem comum

 


Ø  “Entrando, o anjo disse-lhe: “Ave, cheia de graça, o senhor é contigo.”(Lc 1, 28)

 

Ø  Maria perguntou ao anjo: “Como se fará isso, pois não conheço homem.”(Lc1,34)

 

Ø  Então disse Maria: Eis aqui a serva do senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.”E o anjo afastou-se dela. (Lc 1,38)


Ø  Mas o anjo disse: “Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração...”(Lc 1,13)

 

Ø  Zacarias perguntou ao anjo: “Donde terei certeza disso? Pois sou velho e minha mulher é de idade avançada.” (Lc 1,18)

Ø  “Eis que ficará mudo e não poderás falar até o dia em que estas coisas acontecerem, visto que não deste crédito a minha palavra, que se hão de cumprir a seu tempo.”(Lc 1,20)


 

 

 

Maria teve mais filhos?

 

Mc 3,31 - “Chegaram sua mãe e seus irmãos e estando do lado de fora, mandaram chamá-lo”.

Mt 13,55-56 e Mc 6,3 igualmente dizem: "Este não é o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E suas irmãs não estão entre nós?

 

Significado do termo Irmão

Irmão: a palavra hebraica "Ha" é geralmente traduzida para "irmão". Já que o hebraico e o aramaico possuem bem menos palavras que o inglês ou o português, os judeus daquele tempo empregavam essa palavra num sentido mais amplo para expressar parentesco. Não existiam termos em hebraico para expressar os diferentes níveis e graus de parentesco. "Irmão" pode significar os filhos do mesmo pai e todos os membros masculinos da mesma clã ou tribo.

 

O que diz nosso dicionário

Entre outras definições, destaco:

irmão

[Do lat. germanu.] Substantivo masculino.

1. Filho do mesmo pai e da mesma mãe, ou do mesmo pai (irmão consangüíneo) ou só da mesma mãe (irmão uterino), em relação a outro(s) filho(s).

2. Membro de confraria ou de irmandade. 3.Correligionário, confrade, camarada.

4.Frade ou religioso que não recebe as ordens sacras, embora tenha emitido os votos.

 

Na Bíblia nem todos irmãos, são irmãos de sangue, vejamos:


 

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Outros exemplos:

Rm 1,13: Paulo saúda todos que estão em Roma e guardam a fé. “Não quero porem, irmãos, que ignoreis que muitas vezes ...”

1 Cor 1,10: Paulo saúda a igreja de Deus que esta em Corinto. “Rogo-vos, porém irmãos,...” Cl 4,7-9: “Tiquico, irmão amado, e fiel ministro,...juntamente com Onésimo amado e fiel irmão, que é dos vossos...”

1 Ts 4, 9 – 10; 1 Pd 1,22; 1 Jo 3, 14; Rm 9,3; Mt 5, 22-24; Gn 29,12

Diante destas passagens bíblicas podemos concluir que de fato nem todos os irmãos citados na palavra de Deus , são irmãos de sangue.

 

Genealogia dos “Irmãos” de JESUS

"Este não é o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E suas irmãs não estão entre nós?

 

  O Evangelho de S. Mateus 10, 2 – 3,nos mostra que dos únicos Tiago que nos menciona a Palavra de Deus um é filho de Alfeu e o outro de Zebedeu. O Tiago que dizem ser “irmão” de Jesus não pode ser o filho de Zebedeu, pois esse tem outro filho chamado João que não é mencionado como “irmão” de Jesus.


  Judas irmão de Tiago ver: Epístola S. Judas1,1 e Evangelho de S. Lucas 6,16.

  Nos Evangelhos S. Mateus 27,56 e S. Marcos15,40 encontramos outra Maria que é a mãe de

Tiago(o menor) e José.

  Com base nos textos bíblicos citados, podemos concluir que essa é Maria do calvário esposa do Alfeu pais de: Tiago, José, Judas e Simão.

  Segundo o historiador Hegesipo, que escreveu nos primeiros anos da cristandade, Simão (aquele citado em Marcos 6,3) era o quarto filho de Alfeu(Cleofas).

Veja como fica a ilustração:

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Somos os Irmãos de Jesus

  João 20, 17-18: Jesus disse: “Não me segures mais, pois já não estou glorificado face ao Pai? Vai, porém, procura meus irmãos para lhes dizer: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.”Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Vi o Senhor!”

  João 19, 25-27: E junto a cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora, Jesus, vendo ali sua mãe e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse à sua: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.

 

José não “conheceu” Maria

Algumas pessoas falam que José teve relações sexuais com Maria depois que Jesus nasceu. Isso porque interpretam sem nenhum conhecimento a passagem de São Mateus 1,25, que diz: "José não conheceu Maria (= não teve relações com Maria) ATÉ QUE ela desse à luz um filho (Jesus)".

  Significa isto que, depois de ter dado à luz a Jesus, Maria teve relações conjugais com José? Quem entende o mínimo de exegese bíblia e cultura judaica, saberá que o Evangelho de Mateus é coberto de "aramaísmos", isto é, expressões típicas da língua aramaica e hebraica, que quando traduzidas para outra língua não possuem o mesmo significado.No hebraico a palavra até é usada para designar que assim como era antes, também será depois. A palavra “até” é empregada pela palavra de Deus para mostra que a situação anterior é semelhante a posterior. Exemplos:

2Sm 6,23: "Micol, filha de Saul, não teve filhos ATÉ a morte." (Não significa que, após morrer, tenha tido filhos).

Gn 28,15: "Diz o Senhor a Jacó: Não te abandonarei ATÉ QUE eu tenha realizado o que te prometi." Certamente Deus não abandonou Jacó depois de cumprir as suas promessas.


Mt 28,20:"Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos." (grifo meu). Será que o versículo quer dizer que após a consumação dos séculos, Jesus não estará mais com a Sua Igreja?

   Podemos então afirmar com bastante segurança que Maria e José não tiveram filhos, frutos de sua vida comum. Ademais, em nenhum lugar a Sagrada Escritura faz menção de que Maria e José tiveram mais filhos

 

Primogenitude de Jesus

  Primogênito é um termo técnico na lei de Moisés usado para indicar o primeiro nascido de uma fêmea (seja mulher ou animal de um rebanho), que deve ser consagrado ao senhor imediatamente, sem ter de esperar para ver se nascem outros depois ou não.

  Essa lei é clara veja, Ex 13, 1- 2: “Então, falou o Senhor a Moisés, dizendo: Santifica-me todo primogênito, o que abrir toda madre entre os filhos de Israel, de homens e de animais; porque meu é.

   O evangelho de Lucas 2,22- 23: segundo a lei de Moisés, e o evangelista ainda acrescenta “conforme esta escrito na lei do Senhor”.

  No Evangelho de São Lucas lemos: "Maria deu à Luz o seu filho primogênito" (Lc 2,7). Aqui os protestantes enxergam indícios de que o Senhor foi somente o primeiro filho de Maria. Ora, a palavra "primogênito" só significa primeiro filho, podendo ele ser filho único ou não. No grego bíblico, o termo não indica necessariamente a existência de irmão mais novos, mas sublima a dignidade e os direitos da criança.

   No hebraico “bekor”, primogênito, podia designar simplesmente “o bem amado”, pois primogênito é certamente aquele dos filhos no qual durante certo tempo se concentra todo amor.

  "O Senhor disse a Moisés: "Faze o recenseamento de todos os primogênitos varões entre os israelitas, da idade de um mês para cima, e faze o levantamento dos seus nomes." (Num 3,40).

   Se para que seja primogênito é preciso que haja outros irmãos, como pode haver primogênitos "da idade de um mês para cima"?

  Um outro exemplo está no livro do Êxodo: "e morrerá todo primogênito na terra do Egito, desde o primogênito do faraó, que deveria assentar-se no seu trono, até o primogênito do escravo que faz girar a mó, assim como todo primogênito dos animais." (Ex. 11,5).

E a promessa de Deus se cumpre, onde lemos: "Pelo meio da noite, o Senhor feriu todos os primogênitos no Egito, desde o primogênito do faraó, que devia assentar-se no trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais. O faraó levantou-se durante a noite, assim como todos os seus servos e todos os egípcios e fez-se um grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto" (Ex. 12,29-30).

A própria tradição ensina que o Faraó só tinha um único filho. Desta forma, a palavra "primogênito" em Lc 2,7 não prova que o Senhor teve outros irmãos.

 

Intercessão de Maria

“Se o Senhor escuta as preces dos justos, quanto mais de Maria”

Provérbios 15, 8: “O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas a oração dos retos é o seu contentamento”.

Tiago 5, 16 – 18: “A oração de um justo é poderosa e eficaz. Elias era um homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que não chovesse, e durante três anos e seis meses não choveu sobre a terra”.


1 Pedro 3,12: “Pois os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos à sua súplica”.

Exortação apostólica Marialis Cultus

“A piedade da Igreja para com a bem-aventurada Virgem Maria é elemento intrínseco do culto cristão. Essa veneração que a Igreja tem vindo a prestar à Mãe do Senhor, em todos os lugares e em todos os tempos, desde a saudação com que Isabel a bendiz (cf. Lc 1,42- 45) até as expressões de louvor e de súplica da nossa época, constitui um excelente testemunho da sua norma de oração e um convite a reavivar nas consciências a sua norma de fé. E, em contrapartida, a norma de fé da Igreja exige também que, por toda a parte, floresça com pujança a sua norma de oração pelo que se refere à Mãe de Cristo” 56).

 

Maria é útil ao projeto de salvação

       Com sua cooperação: “Faça-se em mim segundo tua palavra”;

Segundo o Catecismo da Igreja Católica (§ 488): “Deus enviou Seu Filho" (Gl 4,4), mas, para "formar-lhe um corpo”(Hb 10, 5) e quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galiléia, "uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria" (Lc 1,26-27).

       Com sua fé: Maria é mais bem aventurada por ter acreditado do que por ter gerado. (Pe. Gilson Sobreiro)

       Com sua obediência: “O nó da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria, o que a virgem Eva ligou pela incredulidade a virgem Maria desligou pela fé”. (Santo Irineu)

 

Dogmas Marianos

 

IMACULADA CONCEIÇÃO

O Dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX, cercado de 53 cardeais, de 43 arcebispos, de 100 bispos e mais de 50.000 romeiros vindos de todas as partes do mundo, no dia 8 de dezembro de 1854.

Na Bula Ineffabilis Deus, o papa diz:

“Nós declaramos, decretamos e definimos que a doutrina segundo a qual, por uma graça e um especial privilégio de Deus Todo Poderoso e em virtude dos méritos de Jesus Cristo, salvador do gênero humano, abem-aventurada Virgem Maria foi preservada de toda mancha do pecado original no primeiro instante de sua conceição, foi revelada por Deus e deve, por conseguinte, ser crida firmemente e constantemente por todos os fiéis.

   Passados quase quatro anos dessa solene proclamação, em 11 de agosto de 1858, Nossa Senhora dignou-se aparecer milagrosamente quinze dias seguidos, perto da pequena cidade de Lourdes, na França, a uma pobre menina, de 13 anos de idade, chamada Bernadete. No dia 25 de março, Bernadete suplicou que Nossa Senhora lhe revelasse seu nome. Após três pedidos seguidos, Nossa Senhora lhe respondeu: Eu sou a Imaculada Conceição”

 

 ASSUNÇÃO AO CÉU

Indica que a Virgem Maria, ao fim de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória dos céus. Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Papa Pio XII na Constituição Munificentissimus Deus, em de novembro de 1950.


"Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da Verdade, para glória de Deus onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu", indica o Papa.

uma verdade em que a Igreja acredita desde os séculos 5 e 6, quando havia uma celebração da então chamada Dormição de Maria“.

 

Maria, Mãe de Deus

  Maria é verdadeiramente Mãe do Deus encarnado, Jesus Cristo. Já nos primeiros três séculos, os Padres da Igreja utilizaram as definições Mater Dei (em latim) ou Theotókos (em grego), que significam Mãe de Deus, tais como Inácio (107), Orígenes (254), Atanásio

(330) e João Crisóstomo (400). Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Terceiro Concílio Ecumênico, realizado em Éfeso, em 431.

"Jesus é plenamente homem e plenamente Deus. Maria foi Mãe deste Deus feito homem, que é Jesus; assim, Maria é Mãe de Deus. É uma realidade que dá fundamento a todas as outras. É uma verdade, em primeiro lugar, sobre Cristo, pois é preciso afirmar que Jesus é verdadeiramente Deus para que possamos falar que Maria é Mãe de Deus".

 

Perpétua Virgindade de Maria

 

Ensina que Maria é virgem antes, durante e depois do parto. É o dogma mariano mais antigo das Igrejas Católica e Oriental Ortodoxa, afirmando a "real e perpétua virgindade mesmo no ato de dar à luz o Filho de Deus feito homem" (cf CIC § 499). Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Concílio de Trento, em 1555, embora já fosse um dogma no cristianismo primitivo, como indicam escritos de São Justino Mártir e Orígenes.

"É uma crença que já está na sagrada Escritura e defende que Maria concebeu Jesus virginalmente, deu à luz virginalmente e assim permaneceu até o final da vida".

 

A Oração da Ave Maria

A oração da Ave-Maria é bíblico. Veja:

Lc 1,28: “Ave cheia de graça, o senhor é contigo”

Lc 1,42: “Bendita és tu entre as mulheres, bendito é o fruto do teu ventre”.

A segunda parte é o nosso pedido de intercessão pois confiamos no pedido da Mãe (Jo 2,1

14), aquela que com sua intercessão antecipou a hora dos milagres de Jesus, pois ela conhece as necessidades de seus filhos.

 

O Santo Rosário

Corria o ano da graça de 1214. Havia bastante tempo que o Languedoc, região meridional da França, vinha sendo assolado por uma infame e terrível heresia: a dos albigenses.

Convocada uma Cruzada para estancar o mal, o choque entre católicos e hereges não tardou a acontecer. E a terra da nobre nação francesa passou a ser o teatro de inúmeras e sangrentas batalhas em que católicos e albigenses disputavam o terreno palmo a palmo.

Nesse estado de tribulação extrema da Cristandade, São Domingos, movido por inspiração divina, entra numa grande e densa floresta próxima de Toulouse (capital do Languedoc). Ali passa três dias e três noites em contínua oração e penitência, não cessando de gemer, de


chorar e de se flagelar, implorando a Deus que tivesse pena de sua própria glória calcada aos pés pela heresia albigense. Em conseqüência de tamanho ardor e esforço, acaba por cair semi-morto. E eis que então, Maria Santíssima, resplandecente de glória, lhe aparece. A Santíssima Virgem, que estava acompanhada de três princesas do Céu, lhe disse: ‘Sabes tu, meu caro Domingos, de que arma a Santíssima Trindade se serviu para reformar o mundo?' - ‘Ó Senhora! respondeu ele, Vós o sabeis melhor do que eu, porque depois de vosso Filho Jesus Cristo fostes o principal instrumento de nossa salvação'. Ela continuou: ‘O instrumento principal dessa obra foi o Saltério angélico, que é o fundamento do Novo Testamento. Portanto, se queres ganhar para Deus esses corações endurecidos, reza meu Saltério.

O Santo levantou-se muito consolado e, abrasado de zelo pelo bem desses povos, entrou na catedral. No mesmo momento os sinos tocaram, pela intervenção dos Anjos, para reunir os habitantes. No início da pregação caiu uma espantosa tempestade. A terra tremeu, o sol se nublou, os trovões e relâmpagos redobrados fizeram estremecer e empalidecer todos os ouvintes. Seu terror aumentou ao verem uma imagem da Santíssima Virgem, exposta num lugar eminente, levantar três vezes os braços para o céu, para pedir ao Senhor vingança contra eles se não se convertessem e não recorressem à proteção da santa Mãe de Deus. O Céu queria, por esses prodígios, estimular a nova devoção do santo Rosário e torná-la mais conhecida. A tormenta cessou, por fim, devido às orações de São Domingos. Ele continuou seu sermão e explicou com tanto fervor e entusiasmo a excelência do santo Rosário, que quase todos os tolosinos o adotaram, renunciando a seus erros. Em pouco tempo verificou-se uma grande mudança na vida e nos costumes da cidade."

  As crônicas de São Francisco narram que um jovem religioso tinha o louvável costume de rezar todos os dias, antes da refeição, a coroa da Santíssima Virgem. Um dia, não sei por que imprevisto, deixou de fazê-lo. Tendo soado a hora do jantar, pediu a seu superior a permissão para recitá-la antes de se dirigir à mesa. Com esta licença, recolheu-se em seu quarto. Porém, como demorasse em retornar, o superior enviou um religioso para chamá- lo.

  Esse religioso o encontrou no seu quarto, todo resplandecente de celeste luminosidade, e a Santíssima Virgem e dois anjos junto dele. À medida que ele dizia uma Ave-Maria, uma bela rosa saía de sua boca; os anjos recolhiam as rosas, uma após outra, e as colocavam sobre a cabeça da Santíssima Virgem, que manifestava sua alegria com tais adornos. Dois outros religiosos, enviados para ver a causa da demora dos primeiros, presenciaram todo esse mistério, e Nossa Senhora só desapareceu quando a coroa foi inteiramente recitada.

 

Aparições de Nossa Senhora

Nos 20 séculos de história cristã, contam-se cerca de duas mil indicações relativas a aparições marianas que tiveram uma certa relevância histórica. As que são reconhecidas pela Igreja nos últimos dois séculos são apenas uma dezena.

Segue as reconhecidas:

Ø  1531 Guadalupe, Juan Diego (*)

Ø  1600 Agreda, Espanha Santa Maria de Agreda

Ø  1830 Rue du Bac, França, Catherine Laboure

Ø  1836 Ol of Victories, Paris Padre Genettes

Ø  1840 Blangy, França, Irmã Justine Bisqueyburu

Ø  1846 La Salette, França, Melanie Calvat e Maximin Giraud

Ø  1858 Lourdes, França, Bernadette Soubirous

Ø  1876 Pellevoisin, França, Estelle Faguette

Ø  1879 Knock, Irlanda, 15 pessoas


Ø  1917 Fátima, Portugal, Lucia, Francisco e Jacinta

Ø  1932 Beauraing, Bélgica, Voisin e Degeimbre

Ø  1933 Banneaux, Bélgica, Mariette Beco

Ø  1937 Polônia, Abençoada Faustina

Ø  1968 Zeitun, Egito, Milhares de pessoas (aprovada pelo Patriarca da Igreja Ortodoxa)

Ø  1973 Akita, Japão, Irmã Agnes Sasagawa

Ø  1980 Cuapa, Nicaraguá, Edward Bernardo Martinez

Ø  1878 Corato, Itália, Luisa Piccarreta

Ø  1947 Tre Fontane, Roma, Bruno Cornacchiola

Ø  1976 Betania, Venezuela, Maria Esperanza (estigmatismo)

Ø  1981 Kibeho, Ruanda, África, Seis meninas e um menino

Ø  1982 Damasco, Síria, Mirna Nazour (estigmatismo)

Ø  1986 Manila, Filipinas, muitos soldados

Ø  1987 Roma, Sr. Anna

 

A Fé dos Reformadores Protestantes Martinho Lutero:

  Sobre Mt 1,25: "Destas palavras não se pode concluir que após o parto, Maria tenha tido consórcio conjugal. Não se deve crer nem dizer isso." (Obras de Lutero Ed. Weimar, Tomo 11, p.323)

  No fim de sua Vida: "Virgem antes, no, e depois do parto, que está grávida e dá a luz. Este artigo da é milagre divino." (Sermão Natal 1540: WA 49,182)

 

Úlrico Zwínglio:

  "Creio firmemente que, segundo o Evangelho, Maria, como Virgem pura, gerou o Filho de Deus e no parto e após o parto permaneceu para sempre Virgem pura e íntegra." (Zwínglio Opera 1,424). Para ele, "Os irmãos do Senhor eram os amigos do Senhor" (ZO 1,401).

  Conclui Zvinglio: "Quanto mais crescem a honra e o amor de Cristo entre os homens, tanto mais crescem também a estima e a honra de Maria, que gerou para nós um tão grande e propício Senhor e Redentor" (ZO 1,427s).

 

João Calvino:

"Jesus é dito primogênito unicamente para que saibamos que Ele nasceu da Virgem" (CO 45,645)

Ao comentar a frase: "Bem-aventurada me dirão todas as gerações", julga que Maria assim "proclamava uma tão grande dádiva de Deus que não era lícito silenciá-la... Reconhecemos que este dom foi altamente honroso para Maria. De boa vontade seguimo- la como mestra e obedecemos aos ensinamentos e preceitos da Virgem" ( CO 45,38).

"Certas pessoas têm desejado sugerir desta passagem [Mt 1,25] que a Virgem Maria teve outros filhos além do Filho de Deus, e que José teve relacionamento íntimo com ela depois. Mas que estupidez! O escritor do evangelho não desejava registrar o que poderia acontecer mais tarde; ele simplesmente queria deixar bem clara a obediência de José e também desejava mostrar que José tinha sido bom e verdadeiramente acreditava que Deus enviara seu anjo a Maria. Portanto, ele jamais teve relações com Maria, mas somente compartilhou de sua companhia... Além disso, N.Sr. Jesus Cristo é chamado o primogênito. Isto não é porque teria que haver um segundo ou terceiro [filho], mas porque o escritor do Evangelho está se referindo à precedência. Assim, a Escritura está falando sobre a


titularidade do primogênito e não sobre a questão de ter havido qualquer segundo [filho]" (Sermão sobre Mateus, 1562).

 

 

Bibliografia

 

       http://www.mariedenazareth.com/413.0.html?L=12

       http://arcademaria.com/index.php?option=com_content&view=article&id=45&Itemid= 23

       http://servosdemariaamordedeus.blogspot.com

       http://www.paraclitus.com.br/category/apologetica/maria-santissima/

       http://www.cleofas.com.br

       Catecismo da Igreja Católica. Edição Típica Vaticana, São Paulo: Loyola, 2000. 934p.

·         Mini Aurélio Escolar. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2001. 790p.

·         BATISTINI, FREI. A Igreja do Deus Vivo. 39ª Edição. São Paulo: Loyola, 2010.213p.

·         AUTRAN, Aleixo Maria. Maria na Bíblia. São Paulo: Ave Maria, 1992. 307p.

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